Lauren e O Estranho

O ESTRANHO  

Olá queridos viajantes!

Estou lhes devendo uma história a bastante tempo.
perdoe-me não foi por falta de histórias nem má vontade, foi por estar ás voltas com grandes batalhas, magos e feiticeiros, é bem perigoso atravessar os portais do tempo sem ter um deles na minha cola, podendo trazer destruição na dimensão em que eu me hospedar. Bem irei contar uma história em que estive bastante envolvido, mas não diz respeito a mim. Mas sim, a uma bela humana de nome Lauren Dusth


 Introdução
Eram dias arrastados de inverno aqueles que Lauren passava trancada na lanchonete onde trabalhava naquela parte esquecida de Campos uma cidade do Rio de Janeiro.

Tudo bem, eu sei que não preciso mentir para vocês, mesmo sendo uma cidade afastada da civilização era uma cidade cheia de intrigas e mortes, mas ninguém se importava, nem mesmo Lauren.
 O que realmente importava era que ali estava ela: bela, 28 anos, cabelos curtos e caindo nos olhos com uma cor indecifrável, presa em uma lanchonete velha, quebrada, caindo aos pedaços e ainda por cima, fria, nada mais irritante.
 Apesar do cheiro de gordura, que estava impregnado no salão onde ficavam as mesas forradas com toalhas de xadrez vermelho que Lauren colocava para tentar disfarçar o bodum. 
Era indefectível o contraste daquela bela mulher de cintura muito esbelta e pernas torneadas que ficava ali servindo as mesas ou tocando violão enquanto esperava a hora de ir para seu pequeno quarto que se encontrava nos fundos da lanchonete, onde ela ensaiava por várias horas belas canções que tocava para os fregueses infelizes que ficavam ali por várias horas sem ter onde ir naquela cidade afastada da civilização.

Os dias passavam se arrastando preguiçosos, mais gente chegava mais pessoas passavam fome, e mais parecia piorar a situação naquela pequena cidade...
Lauren nem se lembra de quando começou a trabalhar ali.
Talvez ela tenha vindo quando ainda jovem, ou talvez durante os dias posteriores, mas o que importava é que ela estava lá. Tinha um sorriso que muitas moças não tinham. Não ali naquela espelunca.





Quando começava a escurecer Lauren pegava o violão e começava a tocar uma canção diferente, delicada, como se fosse um chamado, depois de tocar por alguns minutos deixando todos emocionados, até mesmo aos bêbados. A porta se abria, sempre no mesmo horário como um encontro marcado. E... E ele entrava cobrindo a claridade devido a sua altura, com um sorriso discreto e cabeça baixa, era um sorriso inexistente, literalmente. Os cabelos eram mal cuidados, tinha um semblante rude e emburrado, a pele muito branca, olhos muito azuis, suas mãos grandes e feridas, as unhas pareciam garras, as orelhas muito pontudas, e nariz, oh! Muito... Perfeito! Dificilmente falava... Era um elfo, o elfo mais estranho de quem posso me lembrar, chamava-se Dhiaga Possivelmente um elfo dos ventos.
Naquele dia, Lauren resolveu falar com aquela criatura misteriosa,
foi até ele para aviar seu pedido e tentar arrancar um sorriso daquela face carrancuda.
 Sem sucesso! Nada.
Parecia que um vento gelado tivesse tomado todo seu corpo, ou quem sabe os boatos fossem verdadeiros,de que os Elfos dos Ventos não existiam há tempos, estavam mortos.
Mas eu sabia que ele era um Elfo dos ventos pelos seus pertences, ele carregava:
*Espada, *2 adagas, *um anel de gelo, *Frasco de'la vi, 2xHidden Blade, um *anel de esmeralda, *Anel de Fogo, *Anel do Vento, *Anel da terra, *Espada élfica.

Parte 1

A Decepção

Com as cidades mais próximas a vinte e cinco quilômetros de viagem. Aquela lanchonete era muito bem vinda. Na verdade sua própria existência no meio de mendigos da cidade de Campos era um mistério. Lendas dizem que o dono era um bruxo poderoso antes do desmatamento para a linha férrea, outros falam que o dono antigo quis ser enterrado ali para ficar de olho no seu bem material. Posso jurar que ambas estão erradas, Eu mesmo já sai dela mais de cinco vezes sem pagar se quer uma moeda, Ah... Desculpe-me, um bardo esta sempre com poucas moedas.

Lauren fez amizade com Dhiaga, uma amizade um pouco intima demais se entende o que quero lhe dizer. Opa! Acalmem-se caro ouvinte, eles ainda não eram tão íntimos para aquilo que você pensou, não seja apressado, as coisas não funcionavam assim naquela cidadezinha de Campos.
Precisam ter cuidado ninguém gostaria de gerar um “Meio-Sombra”, criaturas abomináveis sobre as quais nem mesmo gostam de comentar.

Existem boatos terríveis pela cidade sobre essas criaturas. Acho que podemos comparar aos mestiços... Esses mestiços nojentos de súcubos, não merecem o sangue que tem. 
A história se deu quando a Época das Sombras já haviam acabado há mais ou menos cinquenta anos, ou mais não saberia dizer, só sei que mesmo depois deste tempo eu continuava a fugir, pelo menos aqui no mundo físico. Minha tarefa é levar alegria, musica e diversão para todos os lugares. Tudo bem eu também tenho de garantir que as cantorias sejam seguras, mas isso é tão difícil, é muito mais divertido só tocar minha harpa ou meu alaúde e não me preocupar com o mundo.
= Continuando a história;

- O Elfo Dihaga e a bela Lauren fora namorar atrás do posto de gasolina, neste momento chegou à lanchonete três homens estranhos, dois entrou e um ficou na tocaia do lado de fora, eu fiquei na espreita de sobreaviso. Ambos usavam túnicas longas e negras com bordas prateadas, e capuz que lhe cobriam o rosto, eu senti que havia armas embaixo das túnicas. 
Minha mente logo começou a trabalhar para adivinhar quem eram aquelas criaturas misteriosas.

Só poderiam significar três coisas: assassinos cruéis; magos de Grosla campeões de tirania, Padres que vinham dar suas palavras nesse caos. Ou poderiam ser os três ao mesmo tempo, na minha humilde opinião eu torcia para que fosse a ultima opção, assim eu não precisaria interferir nem fugir para que não me descobrissem. Ah querido ouvinte, minhas preces não foram atendidas.
Assim, que o primeiro homem retirou o manto com capuz, lhe caiu sobre seus ombros uma cascata de cabelos prateados, sua pele era negra reluzente, 

o segundo desembainhou a sua Zulfiqar “o que eu estranhei , já que se trata de um artefato muçulmano” e olhou para um lado, para o outro, não podíamos ver seu rosto sob o capuz.

O velho balconista, um senhor grande e vermelho como um viking pegou uma besta pesada embaixo do balcão que já se encontrava armada e mirou na direção dos forasteiros. 
Um homem pequenino que tomava uma caneca de cerveja pulou para trás de um sofá velho perto da janela. Os outros fregueses, não tiveram a mesma sorte, ficaram onde estavam estáticos, pasmo diante daquela situação completamente estranha a todos.

- Procuramos o ultimo miserável, onde se encontra ele? – falou o que tinha cabelos prateados – se nos derem esse miserável nós não teremos que matar mais ninguém, caso contrário...

*- Quem seria este último de quem falas? – perguntou o velho balconista armado.

- O último sobrevivente da tribo de elfos do sul – sorriu o Drow grandalhão ao dizer.

Como eu sabia onde tinha ido Dihaga e a bela Lauren tive que me intrometer na conversa antes que fossem procurá-los.

= O último sobrevivente dos Elfos dos Ventos? hahahahah. - Isso é uma bobagem – sorri enquanto caminhava com passos lentos até os estranhos forasteiros – eles estão todos mortos, confiem nesse velho bardo que tudo vê que tudo sabe.

- Galeon! Você como um bardo andante que é, deveria saber que nós, os Drows, não brincamos – falou o segundo sem retirar o capuz, me sobressaltando.

Aquela voz! Eu a conhecia! Ele era algum Drow que eu já havia encontrado em minhas andanças, mas o que realmente me deixou intrigado era ele ter me reconhecido. Eu matinha meu rosto real escondido desde que atravessei os portais da era das trevas.

- Não me reconhece Galeon? Sou aquele que você quase tirou a vida? – falou ele enquanto retirava o capuz lentamente.
– Falei calmamente enquanto tentava relembrar o nome de alguém:

= Bem, forasteiro em minhas andanças, eu já ceifei a vida de muitos, tantos, que eu poderia ser nomeado Deus da morte hahahaha. Só que a grande Mêtis ficaria tão zangada comigo, que eu seria o próximo morto da lista de Ares. Morto! Compreendeu... Claro que minha brincadeira nem foi sentida pelo Drow.

- Já que você não se lembra de mim não fará diferença matá-lo – vociferou o estranho olhando para mim, bem, olhando não, mas virando aquele rosto deformado e sem olhos e falou:

– Há mais de cinquenta anos, que espero por esse momento.

= É seu momento de vingança então... Disse eu tentando ganhar tempo, até poder fazer alguma coisa depois da surpresa.

- Sente agora o peso da minha... 

Que pena, ele foi interrompido na metade da frase pela lamina gélida de Dihaga.
Cabeça para um lado corpo para o outro. 
O que estava do lado de fora entrou para ajudar e não foi diferente para ele, o líder tentou fugir, mas estava na mira do balconista.
Dihaga havia feito um bom trabalho.
Quando eu me encaminhei para falar com ele, Lauren apareceu agarrou o elfo pelo braço e o levou pelos corredores escuros dos fundos da lanchonete até o que seria o seu quarto. O rapaz pego de súbito acompanhou-a para que nada acontecesse a ela.
Eu queria me sentir aliviado, e sentiria se não fosse a espada longa que Dihaga deixou na minha mão direita quando se foi.
- Uma Espada élfica!.
Uma espada cerimonial que representa o elemento fogo e é o símbolo da força de um bruxo.
 “Essa espada pode ser usada para controlar e banir espíritos e também, para guardar e direcionar a energia durante os rituais ou as lutas”.

Meu coração não batia, na verdade, ele compunha uma melodia pretensiosa, composta apenas de tambores.
Foi quando quase voltando de um sonho vi o Drow que estava na mira do balconista tornar-se um vértice negro e desaparecer.
aproeitaram para fugir, deixando-me só com o grande viking. O barulho da porta se fechando fez meu coração retornar ao ritmo normal, mas eu sabia que algo ia acontecer. Porém, no mesmo instante meu pensamento fugiu de mim indo de encontro ao casal lá atrás da espelunca e minha mente vagou.

= Será verdade que elfos ficam excitados depois de um banho de sangue? Eu duvidava, mas queria muito descobrir a veracidade desse boato. E sem escrúpulos algum fui até a porta para ouvir, quando o som de um beijo calou meus pensamentos.
Mas logo voltou a berrar alto, deixando o amor dos dois no abismo do esquecimento, a porta estava entreaberta e...
A mala de Lauren estava arrumada, ela estava pronta para sair. Houve uma luta sofrida na minha cabeça. Para descobrir se o que pensei era real:

= Lauren entregou o Dihaga para aqueles Drows?
Para aqueles mercenários assassinos?
E o grande elfo com a cabeça a prêmio ainda me salvou!

Desolado por ver desmoronar aquele amor que eu descobri só existir na minha imaginação de Menestrel Sonhador. Decepcionado resolvi desmascará-la.
Eu gostava de Lauren, mas ela ter traído aquele a quem ela conquistou mesmo contra todas as agruras do destino me revoltava. 
Entrei furtivamente no quarto onde estavam, “ser furtivo é uma de minhas qualidades”, vivo no meio de adversidades constantes.
E foi procurando a verdade que eu a encontrei.
Em um recorte de jornal que escapuliu do bolso da roupa de Lauren ao correr co Dihaga o preço sobre minha cabeça.....

Não creio que Lauren ficou contente por saber que estavam pagando trinta mil dólares pela minha cabeça, na verdade eu me senti mal por valer um preço tão irrisório, também não fiquei contente quando descobri que ela ia sem o Elfo. Como pude me enganar assim com uma pessoa como Lauren?
 Dihaga estava todo derretido e nem imaginava que seria jogado aos corvos como eu...



Continua...







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