O Bardo Encantado


Sejam bem vindos! Se acheguem! Saiam da chuva e venham aquecer seus corações com hidromel e algumas de minhas histórias.
Hoje vou contar sobre alguém como eu. Um Bardo, um Menestrel que também ama a lua.

Sob o sol vermelho do fim da tarde  os rios correm em seu leito como  lençóis de prata a cortar as florestas de Rhefyan o seio de Gaia!  Sendo acompanhadas pela brisa suave e gelada trazendo uma mensagem  que percorre arrepiando os moradores. É a chegada do inverno e na terra dos Elfos a estação é intensa. Muitos povos nos arredores  de Rhefyan  sofrem da chamada depressão sazonal de inverno. Ela é causada pelo isolamento social já que o frio deixa as pessoas dentro de casa e pela ausência de luz. Na Finlândia onde se encontra a Floresta de Rhefyan a noite dura quase 24 horas. A falta de luminosidade causa mudanças na melatonina, hormônio secretado pelo cérebro durante a noite e inibido pela manhã, quando o sol nasce. Mas na Floresta os elfos cantam. Eles amam o inverno!
O inverno é frio,  escuro e o único som que podemos ouvir é o das canções dos elfos! Canções que assustam nas florestas mortas e nas planícies vazias.  Em Rhefyan mora um Bardo mestiço que entoa as mais belas canções em seu bandolim e em seu alaúde. Trazendo calor aos corações. O bardo fica muito mais à vontade quando canta entre os elfos. As canções do Bardo elfo, são tristes , mostram seu pesar, suas desilusões, tristezas que assolaram seu peito menestrel, amores que se foram. Mas, o Bardo ama a luz da lua! E entoa as mais belas canções em homenagem "La Luna".
"Mesmo as canções mais tristes, são bonitas e bem elaboradas, fazendo com que todos que Ouvirem contemplem tamanha candura."
Todos estavam em redor de uma grande fogueira e o Bardo cantava uma canção que o descrevia, que falava de sua própria vida. Os Elfo estavam quietos entretidos a narrativa cantada do Bardo Elfo.. O vento açoitava as grandes e pontudas orelhas gélidas dos elfos que balançavam tentando desvencilhar-se da geada que teimava em pesá-las. A cada balançar de suas orelhas podia-se ouvir o tilintar dos inúmeros piercings que os elfos ostentavam, como se acompanhassem o dedilhar do doce Bardo. Durante toda a noite os elfos cantaram suas canções tristes. Como se chorassem por sua floresta que dentro em pouco, estaria destruída pela força do inverno. Na assolada manhã, as raízes destacavam do chão como lanças pontiagudas que afloravam da terra. Os elfos procuravam o que comer, (a caça é bem escassa e as plantas estão congeladas). Os elfos são caçadores natos, estão sempre com seus arcos ao redor para usá-lo a qualquer momento se necessário.
Enquanto caçavam escutaram o quebrar de galhos! Se preparam para pegar a caça! Atentos a qualquer movimento. Todos voltara ao acampamento sem nenhuma caça, mas com a certeza de que houve alguém a espreita, Elfos usam com precisão os cinco sentidos.
O Bardo pegou sua montaria e saiu a galope procurando o que estava a espreita no  acampamento. O bandolim balançava em suas costas de maneira que vez por outra soltava uns  acordes ao tocar no seu arco no ombro do Bardo. De repente a montaria empinou e parou de súbito. Jaz a  frente deles havia algo que parecia ser um humano.
O Bardo apeou* e com a ponta da lança empurrou o corpo que continuou imóvel.
Ele desceu, recolhe o corpo, e o colocou em sua montaria e voltou para o acampamento  pensativo...
- O que será que um humano faz em minha floresta?
Chegando na roda da fogueira ele jogou o corpo ao solo, e ouviu um gemido...
- Oh!!! Disse os elfos afastando-se.
- O humano vive!!!
O Bardo que nada temia, virou o corpo que estava de bruços e afastou o capuz que cobria o  rosto do humano. Dizendo forte e destemido !
- O que fazes na floresta dos elvins??
Sem que houvesse respostas ele abaixou-se sobre o corpo... E constatou assombrado por estar tão longe da civilização humana, nesse frio e...!
- É uma fêmea! Uma fêmea humana!
Retirou o capuz, ergueu o corpo da fêmea nos joelhos dele para ajudá-la a respirar, ela estava imóvel e gélida como morta, Os cabelo eram negro como o breu  deixando-a ainda mais pálida sua face, os lábios estavam brancos como cera. O Bardo passou a mão sobre o rosto da mulher que ao sentir seu calor soltou um frágil gemido e se aconchegou ao peito dele. O Bardo estava fascinado com aquela beleza pálida! Se aconchegando em seu peito como um bichinho para se ver livre do frio, a mulher abriu os olhos.
Eram olhos cinza!. Como os da águia! O doce bardo ficou perdido pelos  encantos dessa fêmea. Contra a vontade de todos, pois poderia ser um ardil, ele levou a mulher para sua tenda, aqueceu-a, e ficou a observá-la por toda noite. Ela teve pesadelos tenebrosos e ele sempre ali a segurar a mão dela. Quando já estava amanhecendo ele adormeceu ao lado de sua aparição fabulosa, Mas logo aos primeiros raios da manhã, O elfo Bardo despertou assustado e perguntando!
- Onde está ela?? Não pode ter sido um sonho! Eu preciso senti-la em meus braços novamente. Ela é tão fria.
Pegou sua montaria e percorreu toda redondeza em busca de sua amada desconhecida e nada. Ninguém sabia nem viu depois que ele a levou para sua tenda. E assim passaram-se muitos dias. Mas o brado não deixou de procurá-la, de perguntar por ela pelas vilas vizinhas e um pouco mais longe  dizendo os traços dela e nunca foi vista por ninguém....
Um dia, enquanto estava só, entoando suas triste canções. Ouviu um ruflar de asas... Eram grandes e pesadas poderia ser um vampiro.... O Bardo bem rápido deu um salto procurando abrigo e empunhou a lança perguntando;
 - Quem sois, criatura da noite?

Não teve nenhuma resposta apenas  aquela presença. O Bardo caminhou um pouco a frente onde a presença era mais forte e avistou um ser que pairava entre as sombras. Ao chegar perto a criatura desceu o capuz e o olhou para ele com seus olhos cinzentos.
O Bardo sentiu  calafrios, mas aproximou-se tão grande foi sua alegria ao vê-la.
- A criatura trajava apenas uma capa negra e alguns farrapos que escondiam suas partes intimas, os cabelos soltos esvoaçantes. Bardo estava paralisado, diante daquele lindo anjo negro, nem percebeu quando ela De súbito, rufando as grandes asas o tirou do chão e alçou voo para o infinito. O Bardo se agarrou a cintura do anjo como conseguiu e  perguntou quase telepaticamente... A emoção foi muito forte.
 - Qual é o seu nome?
Ela segurava O Bardo  com um braço só e subiu  voando em riste para cima, sempre para cima. Rostos colados... Respiração muito próxima ... O anjo negro disse num sussurro...
*- Razhar!
 E soltou o Bardo que escorregou pelo corpo dela... E conseguiu se agarrar na cintura de Razhar ficando pendurado. Com o rosto colado no ventre dela, ele sentiu que a criatura  não possuía batimentos. O grande Bardo quase chorou de tristeza. Razhar o envolveu com as pernas, voando agora horizontalmente, Bardo subiu pelo corpo dela, até e sentir novamente o rosto gelado junto ao seu, Razhar estava olhando para cima dando ao Bardo a visão do  lindo desenho que formava na pele branca, do pescoço ao colo de Razhar. Ele encostou levemente os lábios naquele lindo e alvo pescoço e ficou assim, abraçado a ela. O coração do Bardo dava saltos que ele não conhecia. Razhar dava giros no ar carregando Bardo abraçado a ela sentindo o calor que emanava do corpo dele.
 Como levados por algo incontrolável, eles se abraçaram em estado de grande excitação; delírio,  frenesi, com volúpia, por vezes ou outra o voo era rasante, assustando quem estava na rua. Depois subiam novamente assim se amando com muito desejo!
Bardo perdeu toda sua roupa nesses rasantes. Mas não sentia frio, as asas de Razhar o aqueciam. Eles passaram toda noite amando-se no ar, envoltos em uma paixão lasciva, sem precedentes.
Quando amanheceu os elvins encontraram Bardo dormindo nu na floresta, mas o incrível é que ele não estava congelado, trazia um leve sorriso no rosto, uma rosa vermelha apertada entre os dedos e onde o espinho o ferira sangrava continuamente um fiozinho que manchava a neve.
Levaram-no para sua tenda, tentaram que lhe contasse o que ouve! O Bardo sabia que não deveria dizer nada sobre o acontecido. Mesmo que eles tenha se amado com loucura. Razhar era um ser da noite, e poderia dizimar seu povo.
O Pobre Bardo enamorado, todas as noites senta diante das fogueiras em todas as vilas elficas, entoa, Lindas e tristes melodias com seu alaúde que chora com ele por saudade do seu amor. Seu anjo negro que nunca mais retornou.
O Bardo fez uma canção para sua amada e cantava em todas as vilas elficas  com a esperança que seu Anjo lhe ouvisse. que dizia assim:
Amor meu perdoa o esquecimento
Eu não te disse meu nome no momento
Me distrai com o nosso envolvimento
Se algum dia ouvires o meu lamento
Venha tirar-me desse sofrimento
Me chamo Trisha
Meu belo Anjo meu encantamento

O Bardo Elfo ainda tem esperanças, afinal!
Anjos são indeléveis! São amarantos. São eternos!

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